Um dos principais motivos de dúvidas dos pacientes são os cuidados que deverão ter
após a cirurgia otorrinolaringológica, no chamado período pós-operatório.
Antes de mais nada é importante dizer que a Otorrinolaringologia (otorrino) é uma
especialidade clínico-cirúrgica muito abrangente e que alguns profissionais, com muita
dedicação e custo pessoal, se dedicam de corpo e alma às cirurgias, se habilitando a realizar
diversos procedimentos da área. Por exemplo, operamos os ouvidos (otoplastia,
timpanoplastia, timpanomastoidectomia, estapedotomia), o nariz (rinoplastia, septoplastia,
turbinoplastia), os seios da face (cirurgias da “sinusite crônica”), a garganta (adenoidectomia,
amigdalectomia, faringoplastias, microcirurgia da laringe), as glândulas salivares (como nos
casos da remoção de cálculos ou dilatações de seus ductos) e o pescoço (biópsias de
linfonodos, remoção de cistos, etc). Desta forma, as recomendações pós-operatórias variam de
acordo com a região operada e com o problema apresentado pelo paciente.

Principais cirurgias da otorrinolaringologia e seus cuidados pós-operatórios

Seguem então as principais orientações aos pacientes submetidos a cada cirurgia a seguir:

1- CIRURGIAS DA GARGANTA:

ADENOIDECTOMIA:

Esta é a cirurgia que tem como objetivo remover a adenoide, cujo nome técnico é “tonsila
faríngea”, órgão que fica na nasofaringe (“fundo do nariz”).
Quando este órgão está crescido além do normal, pode causar obstrução nasal, respiração oral
de suplência e distúrbios sérios do sono. Além disso, pode se tornar fonte de bactérias e
perpetuar infecções repetidas nos ouvidos (as otites). Nestes casos, sua remoção, a
ADENOIDECTOMIA, está indicada.
Atualmente executo esta cirurgia de duas formas: (1) pela técnica clássica, onde curetamos
todo tecido através da boca com curetas especiais ou (2) por vídeo, onde, também através da
boca utilizamos câmeras e dispositivos especiais (como lâminas microdebridadoras) para a
remoção do órgão. Existem diferenças técnicas importantes entre os métodos, mas no tocante
aos cuidados pós-operatórios, não diferem.
Após a cirurgia, O PACIENTE DEVE PERMANECER EM REPOUSO E EM CASA até o retorno. Esta
é a principal recomendação, pois os pacientes (normalmente crianças) ficam extremamente
bem dispostos após a cirurgia, sendo um verdadeiro desafio mantê-los mais quietos.
Caso não tenha operado as amígdalas no mesmo momento, PODE MANTER UMA
ALIMENTAÇÃO PRATICAMENTE NORMAL, EVITANDO APENAS ALIMENTOS QUENTES
(DEIXANDO ESFRIAR ANTES).
Nenhum outro cuidado adicional se faz necessário, apenas ANALGÉSICOS em caso de dor.

AMIGDALECTOMIA, UVULOPALATOFARINGOPLASTIA e FARINGOPLASTIAS:

Estas são cirurgias em que manipulamos, através da boca, a região das amígdalas e do palato
mole, locais por onde passam os alimentos. Suas indicações são os distúrbios obstrutivos do

sono (apneia do sono e ronco) e, no caso da remoção das amígdalas, também o fazemos em
casos de infecções de repetições e alguns outros problemas.
Como já disse, a cirurgia é realizada na região por onde passam os alimentos, então, alimentos
mais duros ou quentes podem romper pontos, causar dor ou provocar sangramentos. Por isso,
A ALIMENTAÇÃO DEVE SER LÍQUIDA E PASTOSA, FRIA, POR 10 A 14 DIAS. Alimentos como
sucos (exceto os ácidos), vitaminas (exceto de banana), sorvetes, mingais, purês, gelatinas,
pudins e sopas batidas (com pouco sal) devem ser a rotina neste período.
Sangramentos são raros, mas podem ser bastante desagradáveis, então, além da correta
alimentação, É NECESSÁRIO REPOUSO EM CASA NO PERÍODO, NÃO SE EXPONDO A CALOR OU
SOL.
PONTOS PODEM OU NÃO SER VISTOS NA GARGANTA E ESTES IRÃO CAINDO COM O TEMPO,
não sendo necessária remoção.
ANALGESIA POTENTE É A REGRA! Sempre deixamos o paciente com medicações regulares para
reduzir a dor e, também, com alguns analgésicos mais potentes para caso a dor persista.
SENTIR DOR É COMUM, MAS AS MEDICAÇÕES, QUANDO BEM INDICADAS, A TORNA MUITO
MAIS AMENA.

MICROCIRURGIA DA LARINGE – A CIRURGIA DAS “CORDAS” VOCAIS

Pacientes com pólipos, problemas estruturais nas pregas (cordas) vocais ou mesmo câncer em
fases iniciais têm como principal tratamento esta cirurgia.
Através da boca, utilizando um aparelho especial (laringoscópio de suspensão), conseguimos
expor bem as pregas vocais. A partir daí, com ajuda de um microscópio cirúrgico ou de um
sistema de vídeo, focamos e ampliamos a região para que, com micropinças, possamos operá-
la.
É uma cirurgia que, per si, é rápida e com poucas repercussões no pós-operatório. Porém,
como operamos o órgão que gera a voz (as pregas vocais) ESTÁ INDICADO REPOUSO VOCAL
(FICAR SEM FALAR NEM SUSSURAR) POR 5 A 7 DIAS. É solicitado que o paciente use blocos de
papel ou mensagens de texto do celular para se comunicar no período.
BEBER BASTANTE ÁGUA também é fundamental.
NA ALIMENTAÇÃO, DEVE-SE EVITAR ALIMENTOS QUE POSSAM PIORAR SINTOMAS COMO
“QUEIMAÇÃO NO ESTÔMAGO OU NA GARGANTA”, ou seja, EVITAR ALIMENTOS ÁCIDOS,
GORDUROSOS OU MUITO CONDIMENTADOS.
ANALGÉSICOS SÃO RARAMENTE NECESSÁRIOS (pois não costuma doer).
O REPOUSO FÍSICO TAMBÉM É INDICADO (MAS RELATIVO).

2- CIRURGIAS DO NARIZ E DOS SEIOS PARANASAIS

SEPTOPLASTIA E TURBINOPLASTIA (TURBINECTOMIA):

Desvios do septo nasal e aumentos dos cornetos inferiores são comumente causas de
obstrução nasal, reduzindo bastante a qualidade de vida dos pacientes que deste problema
sofrem.
Com o objetivo de corrigir tais problemas, acessamos o septo nasal e os cornetos através das
próprias narinas (sem cortes externos) e, com o auxílio de luzes e/ou câmeras especiais,
retificamos o septo nasal (septoplastia) e removemos o excesso dos cornetos (turbinoplastia).
Ainda ouço nos dias atuais muitos mitos e tabus a cerca desta cirurgia, mas já deixo claro: seu
período pós-operatório não é tão ruim quanto se diz! E a explicação é evidente, pois no
passado, onde não se tinha tecnologia adequada, era muito comumente necessário o uso de
tampões (para evitar sangramentos após a cirurgia) e estes tampões eram bastante
desagradáveis. Hoje em dia, na minha rotina, não utilizo tampões nem “splints” (placas de
silicone) dentro no nariz. Os pacientes já despertam da cirurgia respirando livremente pelo
nariz.
Uma coisa não mudou com o tempo: a necessidade de se respeitar os cuidados pós-
operatórios!
Esta cirurgia também não costuma gerar dor, portanto, os pacientes também se mantém
muito bem dispostos no pós-operatório, tendendo a “abusar” um pouco. Mas isso não deve
ser permitido!
REPOUSO É NECESSÁRIO POR 10 A 14 DIAS. NÃO REALIZANDO ESFORÇOS NEM SE
SUBMETENDO A AMBIENTES QUENTES OU ESTRESSANTES. O risco aqui é de sangramento!
ALIMENTAÇÃO É NORMAL, PORÉM, RECOMENDA-SE QUE SE DEIXE ESFRIAR.
GELO PODE SER ÚTIL NO DORSO DO NARIZ, ALGUMAS VEZES AO DIA, NOS PRIMEIROS 5 DIAS.
LAVAR AS FOSSAS NASAIS COM SORO FISIOLÓGICO É BASTANTE IMPORTANTE NAS PRIMEIRAS
SEMANAS, a fim de remover crostas e coágulos que comumente atrapalham a respiração e
que podem acumular bactérias e infeccionar.
ANALGÉSICOS PODEM SER UTILIZADOS se necessário.

– RINOPLASTIA / RINOSSEPTOPLASTIA:

 

No caso da indicação de modificações estéticas nasais, precisamos manipular a pirâmide nasal
(“o nariz por fora”). Podemos fazer isto também exclusivamente através das aberturas naturais
do nariz (rinoplastia fechada – sem cortes externos) ou necessitar fazer uma pequena incisão
na columela nasal (rinoplastia aberta – com uma diminuta cicatriz local). Cada caso e os anseios
de cada paciente ditam qual a melhora alternativa técnica, mas pouco teremos de diferença
no pós-operatório. De uma forma geral (na maioria dos casos) precisamos fazer fraturas nos
ossos da pirâmide nasal (as osteotomias), e este passo sim, quando realizado, aumenta os
edemas (“inchaços”) na face – mas não se pode fazer um bom omelete sem quebrar ovos! – e
por isso, os cuidados pós-operatórios são muito importantes.
De forma geral, também abordamos o septo nasal para corrigir quaisquer desvios e também
para adquirir material de enxerto para realizarmos as modificações no nariz de forma
estruturada. Então, as mesmas recomendações de uma septoplastia também devem ser

seguidas. Na minha prática, não utilizo tampões nem “splints” (placas de silicone) dentro no
nariz. Os pacientes já despertam da cirurgia respirando livremente pelo nariz.
REPOUSO É NECESSÁRIO POR 14 DIAS. NÃO REALIZANDO ESFORÇOS NEM SE SUBMETENDO A
AMBIENTES QUENTES OU ESTRESSANTES. O risco aqui é de sangramento! MALHAR SOMENTE
APÓS O PRIMEIRO MÊS.
ALIMENTAÇÃO É NORMAL, PORÉM, RECOMENDA-SE QUE SE DEIXE ESFRIAR.
GELO PODE SER ÚTIL NO DORSO DO NARIZ, ALGUMAS VEZES AO DIA, NOS PRIMEIROS 5 DIAS.
TODO CUIDADO DEVE SER TOMADO PARA NÃO MOLHAR O CURATIVO EXTERNO, QUE SERÁ
REMOVIDO EM 10 A 14 DIAS.
LAVAR AS FOSSAS NASAIS COM SORO FISIOLÓGICO É BASTANTE IMPORTANTE NAS PRIMEIRAS
SEMANAS, a fim de remover crostas e coágulos que comumente atrapalham a respiração e
que podem acumular bactérias e infeccionar.
NÃO UTILIZAR ÓCULOS POR 3 MESES. EVITAR CAMISAS DE GOLA (que possam passar com
dificuldade pela face e “esbarrar” no nariz).
UTILIZAR PROTETOR SOLAR NA FACE A CADA DUAS HORAS (mesmo que dentro de casa).
ANALGÉSICOS PODEM SER NECESSÁRIOS E O USO DE ANTIBIÓTICOS POR 7 A 10 DIAS É
ROTINA!

CIRURGIAS DA “SINUSITE CRÔNICA”

Pacientes que possuem problemas funcionais crônicos (“sinusites”) ou pólipos ou tumores nos
seios paranasais (seios da face), necessitam que tais regiões sejam abordadas e que criemos
melhores condições para sua ventilação e “desinflamação” natural. Além disso, nos casos de
tumores, precisamos removê-los.
Para tal, para tratamento destes casos de rinossinusite crônica e pólipos ou tumores,
realizamos aberturas nos seios paranasais sob visão endoscópica, com câmeras através dos
orifícios naturais do nariz, o que chamamos genericamente de Cirurgia Endoscópica Funcional
Nasossinusal. Hoje em dia, na minha prática, não utilizo tampões dentro no nariz. Os pacientes
já despertam da cirurgia respirando livremente pelo nariz.
Esta cirurgia também não costuma gerar dor, portanto, os pacientes também se mantém
muito bem dispostos no pós-operatório, tendendo “abusar” um pouco. Mas isso não deve ser
permitido.
REPOUSO É NECESSÁRIO POR 14 DIAS. NÃO REALIZANDO ESFORÇOS NEM SE SUBMETENDO A
AMBIENTES QUENTES OU ESTRESSANTES. O risco aqui é de sangramento!
ALIMENTAÇÃO É NORMAL, PORÉM, RECOMENDA-SE QUE SE DEIXE ESFRIAR.
GELO PODE SER ÚTIL NO DORSO DO NARIZ, ALGUMAS VEZES AO DIA, NOS PRIMEIROS 5 DIAS.
LAVAR AS FOSSAS NASAIS COM SORO FISIOLÓGICO É BASTANTE IMPORTANTE NAS PRIMEIRAS
SEMANAS, a fim de remover crostas e coágulos que comumente atrapalham a respiração e
que podem acumular bactérias e infeccionar.

ANALGÉSICOS PODEM SER NECESSÁRIOS, E O USO DE ANTIBIÓTICOS POR 7 A 10 DIAS É
ROTINA.

3- CIRURGIAS DAS ORELHAS:

– OTOPLASTIA:

A otoplastia é a cirurgia estética das orelhas, cuja principal indicação é o problema conhecido
como “orelhas em abano”. Apesar de não gostar do termo (que consta assim no CID 10), o
mesmo se aplica a orelhas com conchas muito profundas e antélices pouco desenvolvidas,
levando a orelhas “abertas”.
A cirurgia é indicada quando há insatisfação estética por parte dos pacientes, tendo
normalmente resultados muito bons e duradouros.
No período pós-operatório, o maior incômodo é a dor.
ANALGÉSICOS SÃO ADMINISTRADOS DE ROTINA A FIM DE SE REDUZIR O SINTOMA.
Na minha prática, realizo um curativo compressivo em ambas orelhas ainda em ambiente
estéril, E O CURATIVO NÃO DEVE SER MANIPULADO NEM MOLHADO POR 7 DIAS.
No primeiro retorno é removido o curativo e o (a) PACIENTE DEVERÁ UTILIZAR UMA FAIXA DO
TIPO BAILARINA OU TENISTA O TEMPO TODO POR MAIS 7 DIAS, A UTILIZANDO APENAS PARA
DORMIR POR MAIS 15 DIAS após este período.
CUIDADOS DIÁRIOS DEVEM SER TOMADOS COM OS PONTOS (LIMPEZA COM ALCOOL 70°),
QUE SÃO RETIRADOS EM 14 DIAS.
REPOUSO EM CASA É IMPORTANTE NOS PRIMEIROS 7 DIAS. PORÉM, A ALIMENTAÇÃO É
NORMAL.
O USO DE ANTIBIÓTICOS POR 7 A 10 DIAS TAMBÉM É ROTINA.

ESTAPEDOTOMIA

 

Estapedotomia é, certamente, a cirurgia mais delicada de toda a especialidade. Ela é realizada
para tratamento da Otosclerose, doença na qual o menor osso do corpo humano (o estribo) se
torna imóvel, reduzindo muito a audição dos pacientes.
Com o objetivo de contornar tal situação, removemos parte deste osso (estribo) e o
substituímos por uma pequena prótese (de Titânio ou Teflon) de aproximadamente 4,5
milímetros. Faz-se um pequeno furo na base remanescente deste osso (ou seja, na sua platina)
e posicionamos a prótese como um “pistão” neste furo, articulando-a na bigorna (ou no
martelo em casos excepcionais) para refazer todo o mecanismo de transmissão da audição.
Tudo isso é feito através do próprio canal do ouvido, sem cortes de forma geral.
Após a cirurgia, um dos principais sintomas é o “ouvido tampado”, pois deixamos no canal
daquela orelha curativos biológicos que vão se “dissolver” nas primeiras semanas. Então, neste
período, o ouvido vai ficar “tampado” e NÃO DEVE SER MOLHADO, pois a água pode levar

bactérias para o canal e causar infecção, podendo ser desastroso para o resultado da cirurgia.
Para evitar que molhe, UM ALGODÃO COM VASELINA SÓLIDA DEVE SER USADO SEMPRE PARA
OCLUIR O CANAL DURANTE O BANHO E TODO CUIDADO DEVE SER TOMADO AO SE LAVAR OS
CABELOS.
UM PEDAÇO DE ALGODÃO SECO DEVE SER USADO TAMBÉM PARA PROTEGER O OUVIDO
OPERADO ENQUANTO SE DORME, porém, durante o dia o ouvido deve ficar “aberto”,
“ventilando”, a fim de se evitar excesso de umidade local. Por este motivo, PERMANECER EM
CASA, em locais limpos e longe de ambientes com moscas é muito importante também!
Outra queixa que as vezes ocorre é tontura aos esforços. Por este motivo, O (A) PACIENTE
DEVE PERMANECER EM REPOUSO (SEM FAZER ESFORÇOS) por um mínimo de 14 dias.
Tossir ou espirrar podem ser danosos à cirurgia, portanto, caso isso ocorra nos primeiros dias
após o procedimento, o paciente tem que ESPIRRAR OU TOSSIR ALIVIANDO AS PRESSÕES
ATRAVÉS DA BOCA, evitando assim de toda forma que se faça pressão nos ouvidos.
Variações na pressão atmosférica também podem atrapalhar a recuperação da região do
tímpano, então, de forma geral, DEVE-SE EVITAR SUBIR SERRAS OU VOAR DE AVIÃO NO
PRIMEIRO MÊS.
A ALIMENTAÇÃO PODE SER NORMAL no período, sem restrições.

TIMPANOPLASTIA

 

A timpanoplastia é a cirurgia que tem o objetivo de reconstruir a membrana do tímpano
(perfurada por algum motivo) e corrigir possíveis problemas nos ossículos adjacentes.
Atualmente, na minha prática pessoal, realizo esta cirurgia por meio endoscópico em
praticamente todos os casos. Ou seja, através do próprio canal da orelha acessamos o tímpano
e sua “caixa”, e reconstruímos o que for necessário, utilizando enxertos normalmente
retirados da própria orelha (do tragus).
Após a cirurgia, um dos principais sintomas também é o “ouvido tampado”, pois deixamos no
canal daquela orelha curativos biológicos que vão se “dissolver” nas primeiras semanas. Então,
neste período, o ouvido vai ficar “tampado” e NÃO DEVE SER MOLHADO pois a água pode
levar bactérias para o canal e causar infecção, podendo ser desastroso para o resultado da
cirurgia. Para evitar que molhe, UM ALGODÃO COM VASELINA SÓLIDA DEVE SER USADO
SEMPRE PARA OCLUIR O CANAL DURANTE O BANHO E TODO CUIDADO DEVE SER TOMADO AO
SE LAVAR OS CABELOS.
UM PEDAÇO DE ALGODÃO SECO DEVE SER USADO TAMBÉM PARA PROTEGER O OUVIDO
OPERADO ENQUANTO SE DORME, porém, durante o dia o ouvido deve ficar “aberto”,
“ventilando”, a fim de se evitar excesso de umidade local. Por este motivo PERMANECER EM
CASA, em locais limpos e longe de ambientes com moscas é muito importante também!
O (A) PACIENTE DEVE PERMANECER DE REPOUSO (SEM FAZER ESFORÇOS) por um mínimo de
14 dias, a fim de evitar que enxertos e/ou próteses possam se deslocar antes de sofrerem
ideal integração com os tecidos da orelha.

Tossir ou espirrar podem ser danosos à cirurgia, portanto, caso isso ocorra nos primeiros dias
após o procedimento, o paciente tem que ESPIRRAR OU TOSSIR ALIVIANDO AS PRESSÕES
ATRAVÉS DA BOCA, evitando assim de toda forma que se faça pressão nos ouvidos.
Variações na pressão atmosférica também podem atrapalhar a recuperação da região do
tímpano, então, de forma geral, DEVE-SE EVITAR SUBIR SERRAS OU VOAR DE AVIÃO NO
PRIMEIRO MÊS.
A ALIMENTAÇÃO PODE SER NORMAL no período, sem restrições

TIMPANOMASTOIDECTOMIA:

 

A timpanomastoidectomia é a cirurgia cujo objetivo é remover quaisquer doenças que
acometam a orelha média e a região da mastoide e, no mesmo momento, corrigir os danos
causados por esta doença na região, em especial reconstruindo a membrana do tímpano e a
articulação dos ossículos da audição.
A depender do local e da extensão da doença (que pode ser um colesteatoma, um
paraganglioma ou mesmo pólipos e tecidos inflamatórios cronicamente doentes), podemos
realizar o procedimento totalmente através do canal da orelha com câmeras (cirurgia
endoscópica) ou precisar fazer uma incisão (corte) atrás da orelha a fim de acessarmos toda
mastoide. Essa diferença no acesso tem importância no pós-operatório, claro.
Nos casos onde fazemos o acesso completamente endoscópico, as orientações pós-
operatórias são as mesmas de uma TIMPANOPLASTIA, conforme já citei.
Nos casos onde se faz o acesso clássico, por trás da orelha, as orientações podem mudar de
profissional para profissional. Em minha prática, realizo um curativo imediatamente após a
cirurgia, ainda em ambiente estéril (sem bactérias) e peço que NÃO MANIPULE NEM MOLHE O
CURATIVO POR 7 DIAS, até o retorno comigo. Após este período, as recomendações são as
mesmas da timpanoplastia: MANTER O REPOUSO, NÃO MOLHAR O OUVIDO (PROTEGENDO
COM ALGODÃO E VASELINA SÓLIDA DURANTE O BANHO), DEIXAR O OUVIDO VENTILAR
DURANTE O DIA E PROTEGÊ-LO PARA DORMIR, EVITAR SUBIR SERRAS OU VOAR DE AVIÃO,
ESPIRRAR OU TOSSIR SEMPRE ALIVIANDO AS PRESSÕES ATRAVÉS DA BOCA e ALIMENTAR-SE
NORMALMENTE.
CUIDADOS DIÁRIOS DEVEM SER TOMADOS COM OS PONTOS (LIMPEZA COM ALCOOL 70°),
QUE SÃO RETIRADOS EM 14 DIAS.
O OUVIDO PERMANECE COMO SE ESTIVESSE “TAMPADO” ATÉ QUE OS CURATIVOS
BIOLÓGICOS E COÁGULOS SEJAM DISSOLVIDOS OU REMOVIDOS (geralmente após as primeiras
3 semanas).
ANALGÉSICOS PODEM SER NECESSÁRIOS E O USO DE ANTIBIÓTICOS POR 7 A 10 DIAS É
ROTINA.

Perfil do otorrino em Copacabana dr. Édio Cavallaro médico otorrinolaringologista rio de janeiro RJ

Dr. Édio Cavallaro

Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF-MG

Especialista em Otorrinolaringologia (Residência Médica)  pela Universidade Federal do Rio de Janeiro  – HUCFF – UFRJ

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